Metaverso: o seu novo escritório - e nova casa, novo bairro, nova cidade...
⊛ Atualizado em 21/03/2022
Uma transposição da nossa vida real para um ambiente virtual não é novidade. Mas nunca esteve tão real, tão próxima.
A Meta Platforms Inc. ($META), antiga Facebook Inc., tomou a frente nesse caminho. Pelo menos, em relação ao marketing que Mark Zuckerberg fez do seu metaverso em agosto de 2021, quando falou oficialmente pela primeira vez sobre o assunto (continue lendo pra ver que tem mais gente até mais avançada em metaverso do que Zuck).
Em outubro de 2021, outra investida - e das fortes! - da então Facebook Inc. em metaverso: a empresa mudou de nome para Meta. Claro que houve toda uma crise por trás dessa mudança. O mercado sabe que foi uma espécie de cortina de fumaça para o episódio do Facebook Papers, o vazamento de documentos oficiais da companhia.
Ao mesmo tempo, a gigante de social media e tecnologia anunciou uma mudança de posicionamento, passando a se definir como uma empresa metaverso.
O que isso realmente quer dizer só o tempo pra mostrar - ou melhor, quem vai mostrar são os desenvolvedores de software e os tantos outros profissionais envolvidos na construção de um metaverso. Inclusive, Zuck está numa corrida frenética ao redor do mundo atrás de devs e outros talentos em tech. Confira as vagas da Meta aqui no Brasil.
E como a Forbes já apontou, se especializar em metaverso é um caminho promissor dentre as profissões do futuro.
(Com a mudança de nome da Facebook Inc., havia previsão de que o ticker da companhia no mercado de capitais mudaria de "FB" para "MVRS". Mas isso não aconteceu, pelo menos por enquanto.)
O que é metaverso?
Meta significa “além". Verso remete a "universo". Metaverse, em inglês.
A palavra foi criada pelo escritor Neal Stephenson no livro Snow Crash, em 1992, para se referir a um espaço digital onde as pessoas interagiam através de avatares - os "bonequinhos virtuais" que nasceram com os videogames e tomam cada vez mais espaços, em diversos produtos e serviços digitais.
As big techs, como são chamadas as grandes empresas de tecnologia, se apropriaram do termo. Justamente porque estão desenvolvendo o metaverso na vida real. Ou melhor, na virtual. Ou melhor, nas duas, né? Afinal, a ideia é justamente que tudo vire a mesma coisa.
Mas existem muitos outros players gigantes no mercado de metaverso. Como a Roblox, plataforma de games que existe desde 2006 e se aprimora de forma potente. E a Nvidia, que encerrou 2021 mostrando que está bem à frente metaverso, em termos de desenvolvimento e engajamento de usuários-desenvolvedores.
Claro que até ocorrer uma adesão em massa em nível mundial, existe um longo caminho (falamos mais sobre isso abaixo). O que você precisa saber sobre metaverso agora é que ele está evoluindo rapidamente.
E também precisa conhecer a empresas que já despontam na chamada "indústria do metaverso" - sim, alcançou a dimensão de indústria global.
Uma explicação importante que ajuda a entender metaverso: ninguém vai ser dono dele. E todo mundo vai ser dono dele. Nesse sentido, um conceito que já define metaverso é agnóstico a dispositivos.
Como funciona o metaverso?
A dinâmica do metaverso é basicamente a mesma da internet que usamos hoje - ninguém é dono dela. Instituições e pessoas operam na internet, e se apropriam dos seus espaços por aqui, oferendo serviços, produtos, conteúdos, plataformas. Mas não existe um dono desse ambiente todo.
O metaverso segue essa mesma lógica. Só que vai ser uma experiência de navegação muito mais real e imersiva. É, literalmente, você dentro da internet.
Ou seja, assim como você vai de um website para outro, no metaverso você vai circular com seu avatar "dentro" desses sites. E por que "dentro"? Porque os sites vão virar lojas, praças, salas… dependendo do que é que você procura.
A Meta, assim que anunciou o metaverso, lançou Horizon Workrooms, salas de trabalho que já foram prototipadas e estão rodando em fase de testes. As imagens do vídeo de divulgação exemplificam de forma clara como vai ser o metaverso da Meta:
Imagens: Reprodução/Meta
Basicamente, as salas Horizon são experiências de realidade virtual e realidade aumentada. Explicando melhor:
Realidade virtual - referenciada como VR, na sigla em inglês para virtual reality: é imersão. Você entra totalmente em um ambiente virtual, que pode imitar um real ou pode ser algo totalmente diferente, distópico.
Realidade aumentada - referenciada como AR, na sigla em inglês para augmented reality: é projeção. Você continua enxergando o seu ambiente real, circulando e interagindo com ele, ao mesmo tempo em que interage com avatares, objetos e botões virtuais, que se misturam ao ambiente real.
A VR e a AR dos ambientes da Horizon acontecem através deste óculos:
Imagem: Divulgação/Meta
É o Oculus Quest 2, desenvolvido pela própria Meta. O headset já está na versão 2, mas começou a ser desenvolvido pela Oculus VR, empresa que Mark Zuckerberg comprou em 2014 - há anos, ele já enxergava essa doideira de metaverso, né, até porque uma das principais concorrentes começou em 2006.
As salas Horizon já estão disponíveis na versão beta (versão de teste), para quem comprar o óculos. Ele está custando em torno de US$ 300.
E você ficaria assim na reunião com seus colegas ou na aula da faculdade:
Imagens: Reprodução/Meta
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Até parece simples. E que ninguém vai aderir. Mas não é bem assim… A aposta é que as pessoas - incluindo você, eu, todo mundo - não veem a hora de um novo espaço, mais divertido e atraente, para viver virtualmente.
Além disso, está todo mundo meio cansado do contato virtual - mudança que a pandemia consolidou de forma brusca. E aí, já que estamos só com encontro online, que ao menos seja uma experiência melhor, né?
Aliás, no mercado de trabalho, tem muita gente que está preferindo manter tudo pelas telas. A aderência ao trabalho remoto tem gerado até demissão em empresas que passaram a exigir a volta ao escritório depois da imunização em larga escala, nesse momento que parece ser, finalmente, o tão esperado “pós-pandemia”.
Mas fora pandemia e digitalização às pressas, o metaverso é um avanço já previsto há muitos anos. Caminhamos para essa realidade, mesmo que ainda pareça algo inatingível, ou uma maluquice, ou até mesmo um modelo desinteressante.
O que já se sabe é que os limites são infinitos: só depende da criatividade e da capacidade de investimento das empresas para criarem o que quiserem.
Entenda mais sobre metaverso.
Empresas que devem ganhar com o metaverso
Como vimos no início do artigo, o Meta Platforms Inc ($META) chamou o termo para si. Mas, em maio de 2021, a Microsoft ($MSFT) já tinha anunciado estar “posicionada de forma única” nesse cenário e disse estar construindo um “metaverso empresarial”.
A Epic Games, gigante de jogos online, já lançou um software de simulação de realidade virtual para funcionar no metaverso.
A Disney também já está trabalhando o metaverso internamente. E a Heineken lançou recentemente a cerveja feita de… pixels.
Veja como investir em metaverso.
Empresas que podem perder com o metaverso
Todas essas plataformas que se transformaram em mesa de trabalho e sala de reunião podem sofrer com a migração para os escritórios no metaverso. Entre as mais famosas no Brasil, estão Zoom ($ZM) e Slack, que se popularizaram na pandemia.
Nem a Alphabet ($GOOGL) escapa, com Google Meets. Tampouco a Microsoft ($MSFT), com Teams e Skype - mas, como vimos, a empresa está correndo atrás.
O mercado mundial de softwares para trabalho remoto está dividido assim (dados mais recentes, de 2020).
Sem falar no impacto aos escritórios físicos: a WeWork ($WE), rede mundial de coworking, e o mercado imobiliárbio como um todo devem estar de olho - com óculos bem grandes e de "realidade real" - pra toda essa transformação.