Nova bolsa brasileira? Rio fecha parceria com Nasdaq para criar Bolsa de Ativos ambientais

Projeto, que prevê escritório da bolsa americana na capital fluminense, quer desenvolver plataforma de negociação de créditos de carbono
Brazil - RJ

Bolsas de Valores no Brasil

Hoje, a B3 - antes chamada de Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) - é a única bolsa brasileira em operação. Mas nem sempre foi assim.

O Brasil já teve outras bolsas – entre elas, a carioca. Era a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ). Teve início em 1820, ainda na época do período imperial. É a segunda mais antiga, atrás da Bolsa de Salvador.

Por dezenas de anos, a Bolsa do Rio foi a mais importante do país. Mas começou a perder relevância na década de 1970, até quebrar no ano 2000 – e depois ser incorporada à BM&F, que, mais tarde, se fundiu à Bovespa.

Agora, a história das bolsas de valores no Brasil tem fato novo: pode pintar uma nova bolsa no Rio… Mas seria uma bolsa carioca com sotaque americano. Outra diferença é que não seria uma bolsa tradicional, e sim uma bolsa "verde". Siga nesse texto para entender tudo.

Bolsa verde

Esta semana, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e secretários da capital fluminense participaram de uma reunião em Nova York com executivos da Nasdaq para negociar a abertura de um escritório da bolsa de valores americana no Rio.

O objetivo é desenvolver juntos uma plataforma de negociações para compra e venda de créditos de carbono e outros ativos sustentáveis – como energia, clima e florestas –, chamada Bolsa de Ativos Ambientais.

Na visita a NY, o governador do Rio assinou um protocolo de intenções com a Nasdaq e com a Global Environmental Asset Plataform (GEAP) para a implantação da nova bolsa.

Ao longo dos próximos três meses, será criado um projeto-piloto. A expectativa é de que a Bolsa comece a operar ainda no segundo semestre deste ano.

Crédito de carbono

Um crédito de carbono representa a captura de uma tonelada de CO2 equivalente - isto é, quando um crédito de carbono é gerado, significa que uma floresta ou uma atividade sustentável está mitigando a emissão de 1t de dióxido de carbônico e de outros gases poluentes realizada por empresas e atividades poluidoras em geral (inclusive você andando de carro, por exemplo).

Para emitir um crédito de carbono, as iniciativas sustentáveis precisam responder a certas regulações do mercado, que opera de duas formas: mercado regulado e mercado voluntário. Regulamentar o mercado global de crédito de carbono foi um dos grandes desafios da COP26, como mostramos aqui na SproutFi. E segue sendo para a edição da conferência este ano.

Depois de aprovado e verificado, o crédito de carbono entra no mercado para ser negociado entre os geradores dos créditos (que podem ser empresas, projetos e governos) e as companhias e governos que precisam neutralizar as emissões de C02 equivalente, e cumprir metas de combate às mudanças climáticas.

Dessa forma, o crédito de carbono funciona como uma “cota” negociada no mercado internacional.

A expectativa é de que o potencial econômico ambiental do Rio alcance um estoque de gás carbônico de 73 milhões de toneladas, o que representaria cerca de R$ 25 bilhões, segundo informou o governo do estado à Agência Brasil.

Nasdaq

Nasdaq é a segunda maior bolsa do mundo em valor de mercado, atrás apenas da bolsa de Nova York (Nyse).

Além de referência na área de tecnologia, a Nasdaq também é pioneira em sustentabilidade. Ela criou, em parceria com a ONU, o programa Sustainable Stock Exchanges (SSE). É uma plataforma global para que as bolsas estimulem o investimento sustentável, com a colaboração de investidores e empresas.

Será que a nova bolsa brasileira, com pegada ambiental e sustentável, sai mesmo do papel? Vamos acompanhar!