Bear Market: saiba o que é e como aproveitar o momento para investir

Você já ouviu falar em bear market? Pois saiba que este fenômeno é muito comum no mercado financeiro. Saiba o que é e como aproveitar
Bear Market

Neste artigo: - o que é bear market; - por que é bom investir no bear market; - estratégias para "sobreviver" ao bear market.


O termo "Bear Market" pode parecer muito estranho à primeira vista. Afinal, o que "mercado de urso" pode significar? Ainda mais em um contexto do mercado financeiro, essas palavras parecem não fazer sentido, não é mesmo?  Mas tudo tem uma explicação e Bear Market e a relação desse termo com o mercado financeiro faz total sentido. Duvida? Continue com a gente neste artigo para enteder!

O que é Bear Market

"Bear Market" nada mais é do que um jargão do mercado financeiro para momentos em que a bolsa de valores apresenta queda nos resultados, desvalorização do preço dos ativos, acompanhado de um cenário de pessimismo e desconfiança por parte dos investidores. Ou seja: exatamente o momento que o investidor do mercado norte-americano está vivendo, graças às mudanças na taxa de juros implantadas pelo Fed. Em termos numéricos, costuma-se dizer que o Bear Market representa uma queda nos índices de cerca de 20% após um ciclo de alta. Além da queda entre setembro e agosto de 2022 por conta das taxas de juros nos Estados Unidos, nunca é demais lembrar do cenário de Bear Market ocorrido entre 2019 e 2020, ocasionado pela pandemia de Covid-19. Mas por que esse fenômeno tem o nome de "mercado de urso"? A explicação vem das analogias entre o mercado financeiro e o reino animal. Dois animais se destacam nas comparações: o urso e o touro. O urso, personagem principal do "Bear Market", batiza o fenômeno de queda nos indicadores por um motivo simples: na natureza, o urso ataca suas presas de cima para baixo. Por isso, o animal foi escolhido para representar o momento de queda no mercado. O touro, por sua vez, representa o momento oposto – o "bull market", então, representa o cenário de crescimento no valor dos ativos. E tem este nome porque o touro ataca de baixo para cima.

Por que investir durante o Bear Market pode valer a pena

Por mais que o cenário de Bear Market pode ser assustador, afinal, os índices estão caindo e os ativos, se desvalorizando, aportar dinheiro durante este momento pode ser bom negócio. Isso porque, com os preços em queda, o Bear Market é a oportunidade para reduzir o preço médio dos ativos que compõem a carteira. Prova disso é que, nos últimos 20 anos (entre 2001 e 2021) a média de retorno do S&P 500 – principal indicador das bolsas de valores dos Estados Unidos – foi de 9,87%. E isso levando-se em conta anos em que o S&P 500 teve retorno negativo, como 2008 (onde o índice apresentou queda de 36,55%). Para os investidores mais arrojados, o cenário de Bear Market pode representar possibilidade de ganhar dinheiro por meio de vendas a descoberto – quando há compra de um ativo por preço menor do que foi vendido a fim de lucrar com a diferença. Vale lembrar que esta prática é arriscada.

Como sobreviver ao Bear Market

Uma vez que entendemos o que é o Bear Market e que é possível ter resultados satisfatórios em meio a um cenário ruim, a pergunta que vem é: como sobreviver à queda? Seguem algumas dicas:

1. Tenha calma!

Parece contraditório ter calma em uma situação em que tudo parece assustar. Mas é fato: ter calma e entender que a crise vai passar é fundamental para passar pelo Bear Market. E os números ajudam a dar fundamento a isso. O S&P 500, principal indicador da bolsa norte-americana, tem retorno médio de 9,87% dos últimos 20 anos. Vale lembrar que, entre 2001 e 2021, o mercado dos Estados Unidos passou por perídos de crise como entre 2000, 2001 e 2002 (quando o indicador apresentou quedas de 9,03%, 11,85% e 21,97%, respectivamente).

Ou seja: ter calma é importante nessa situação.

2. Ter um valor fixo para investir mensalmente

Parece contraditório ter calma em uma situação em que tudo parece assustar. Mas é fato: programar os investimentes independentemente do cenário do mercado é uma boa estratégia. Isso porque, em momentos de baixa, surge a oportunidade de adquirir mais ativos, já que o preço cai. De quebra, o preço médio também diminui. Em inglês, isso tem até nome: dollar cost average. 

3. Investir em renda fixa sem tirar de outros meios

Para muitas pessoas, a renda fixa parece ser um porto seguro nos investimentos. De fato, em comparação ao mercado de ações, a renda fixa é menos propensa a riscos. Por isso, em momentos de Bear Market, alocar dinheiro em renda fixa pode ser um caminho interessante. Importante: não estamos aqui falando de se desfazer dos demais ativos para alocar tudo em renda fixa. O intuito é direcionar recursos para ativos de renda fixa – existem até mesmo ETFs de renda fixa – sem abrir mão das demais posições.

O que nos leva ao próximo passo.

4. Diversificar é fundamental

Diversificar a composição da carteira é importante e fundamental para sobreviver em momentos de crise. Isso porque há setores que são mais afetados do que outros e, com um portfólio bem diversificado, os riscos de perda financeira diminuem consideravalmente. Afinal, um ativo de um setor que está em queda pode ter a perda compensada por outro ativo, de um setor diferente, que está em alta.

5. Ter cuidado e atenção aos riscos

Todo investidor precisa ter em mente que o mercado de ações e renda variável, no geral, envolve risco. É fato que os riscos podem ser maiores ou menores. Mas que eles existem, existem. Por isso, é importantíssimo que o investidor saiba o que está fazendo e, principalmente, os valores que podem ou não deixar de serem investidos. Não vale a pena investir sem construir uma reserva de emergência. Ou comprometer o orçamento doméstico em operações na bolsa de valores. O mercado oferece riscos e, ainda mais em épocas de crise, possibilidades de resultados catastróficos.

6. Procurar por boas ações e boas oportunidades

O mercado em crise assusta muita gente, ao mesmo tempo que oferece oportunidades. Em épocas de preços baixando, vale a pena estudar e procurar por ações com boa precificação e boas oportunidades de valorização e dividendos que estejam com preço atrativo.

7. Ações "defensivas" valem uma olhada 

Existe um grupo de ativos chamado ações "defensivas". Isso porque esses ativos não costumam ser (muito) afetados pelas crises ao mesmo tempo que pagam dividendos de forma constante. Os setores defensivos tendem a ser mais estáveis, portanto, ideias para cenários de Bear Market.

Mas quais são esses setores? Bens de consumo não cíclicos, como itens de saúde e consumo doméstico (sabonetes, xampus etc), energia elétrica, setor agrícola e alimentação são alguns exemplos.