Seu resumo semanal com as notícias mais importantes para seus investimentos:

• Desempenho do mercado e principais eventos da semana.

• Impacto no setor financeiro.

• Deslocamento no setor de energia e seus possíveis efeitos.

O ajuste do mercado acionário global, iniciado no final de julho, continuou a exercer pressão de baixa com mais uma semana em que os principais índices acionários cederam, em média, mais -2,4% e a taxa soberana de 10 anos apresentou um alto grau de volatilidade, tocando novamente em 5% e depois se estabelecendo temporariamente em 4,84%. Assim, desde o final de julho:

• O Dow acumula um descompasso de -9%.

• O S&P 500 caiu -10,3%.

• O Nasdaq de tecnologia -11,9%.

• trazendo seus retornos acumulados no ano para -2,2%, +7,2% e +20,8%, respectivamente. 

Sem dúvida, a evolução do mercado nesta semana se concentrará em três eventos importantes: 

1. O Federal Reserve (FED) decidirá sobre o nível de sua taxa de instância monetária com uma intervenção subsequente de seu presidente, Jerome Powell, na quarta-feira, 1º de novembro.

2. Na quinta-feira, a Apple divulgará seus resultados trimestrais. O preço das ações da Apple, desde que atingiu seu recorde histórico em 31 de julho (US$196,45 por ação), caiu -14,4% desde então e fechou ligeiramente acima de US$168 por ação na última sexta-feira.

3. Na sexta-feira, serão divulgados os dados de emprego para o mês de outubro, onde se estima que a economia tenha criado 190.000 novos empregos e a taxa de desemprego permaneceu em 3,8% mais uma vez. 

Entretanto, nesta edição, farei uma pausa para analisar um deslocamento na frente energética em um ambiente geopolítico cada vez mais tenso no Oriente Médio, com uma incursão terrestre de Israel após o bombardeio implacável da Faixa de Gaza.

Começarei observando brevemente que os participantes do mercado esperam que o FED mantenha mais uma vez a taxa de juros em 5,5%, enquanto se aguarda a evolução da inflação. Por enquanto, a inflação PCE permaneceu em 3,4%, oscilando nesse nível desde julho deste ano, quando o ajuste do mercado de ações começou a exercer seu poder. O núcleo da inflação, que exclui os preços dos alimentos e da energia, continua a se reduzir para 3,7% (de 3,8%), com forte resistência no restante do ano. Neste momento, há também evidências preliminares de que as taxas de juros mais altas estão começando a se refletir na demanda doméstica mais apertada, com a taxa de poupança nacional diminuindo, acompanhada por uma deterioração nas carteiras de empréstimos bancários, mostrando os primeiros sinais de estresse econômico. É por isso que o setor financeiro tem estado instável desde julho, com os preços das ações caindo em média -18%. Por enquanto, com a taxa de 10 anos procurando ultrapassar 5%, é muito provável que Powell continue com sua retórica anti-inflacionária buscando ancorar as expectativas de inflação de curto prazo, que estão novamente em alta.

Na frente corporativa, os resultados das grandes empresas de tecnologia (Alphabet, Amazon, Intel, Meta e Microsoft) não foram bem recebidos pelo mercado. Por enquanto, o resumo é que todas elas continuam a mostrar um bom impulso, apesar do aumento da taxa de juros. De acordo com a Factset, com 245 empresas do S&P 500 que divulgaram seus resultados trimestrais, o crescimento das vendas é de +2,1% e o lucro é de +2,7%, ambos superando as expectativas do mercado. Nesta semana, 162 outras empresas do S&P 500 divulgarão seus resultados, incluindo Airbnb, AMD, Apple, Caterpillar, CVS, Expedia, Kraft Heinz, McDonald's, Pinterest e Yelp, entre muitas outras. Apesar dos fortes resultados trimestrais, dado o ajuste do mercado de ações, a relação preço/lucro caiu para 17,2x, já abaixo da média de 5 e 10 anos. 

Mas gostaria de fazer uma breve pausa para analisar o que vem acontecendo no setor de energia do país, pois houve um deslocamento entre o preço da gasolina e o preço do petróleo. Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, o preço do petróleo, medido pelo WTI, tem oscilado entre US$85 e US$90 o barril. Enquanto isso, misteriosamente, o preço médio da gasolina nos Estados Unidos vem caindo consecutivamente desde o início do conflito. Até o momento, de acordo com as estatísticas fornecidas pelo governo dos EUA no mês de outubro, o país não comprou nem vendeu nenhuma de suas reservas estratégicas de petróleo. Nesse meio tempo, tivemos dois mega negócios de energia, com a Exxon saindo e comprando a Pioneer Natural Resources por US$ 60 bilhões e a Chevron comprando a Hess por US$ 53 bilhões, uma mega consolidação do setor de energia do país, como se essas empresas soubessem o que estava por vir no Oriente Médio. Em eventos anteriores entre Israel e seus vizinhos (como a Guerra do Yom Kippur de 1973), o embargo de petróleo no Oriente Médio tornou-se um problema econômico e inflacionário para os países da OTAN. Por enquanto, o restante do Oriente Médio, incluindo o Irã e a Síria, não entrou diretamente no conflito, mas à medida que a incursão de Israel na Faixa de Gaza se torna mais persistente, não é improvável que outros países, como a Arábia Saudita e o Egito, tenham que intervir militarmente, diplomaticamente ou energicamente, como aconteceu em 1973 durante a Guerra do Yom Kippur. O que sabemos é que os países da OPEP+ (incluindo a Rússia) optaram por manter o fornecimento de petróleo reduzido com a guerra russo-ucraniana se arrastando por mais de um ano. 

Mas, mesmo com essa incerteza, a pergunta é: como é possível que o preço da gasolina nos EUA tenha caído nos últimos dias? Em um ambiente em que as empresas norte-americanas parecem estar se preparando para um possível embargo de petróleo, investindo pesadamente na produção de energia dos EUA. É nesse ambiente que daria a impressão de que as expectativas de inflação (para cima) hoje são estritamente dependentes da evolução do preço global do petróleo, já que um embargo de petróleo mais tácito por parte dos países exportadores de petróleo, diante de uma escalada do conflito no Oriente Médio, e veremos rapidamente a correlação entre os preços do petróleo e da gasolina aumentar.

Em conclusão, o FED manterá a taxa de instância monetária inalterada (em 5,5%) enquanto espera para ver como o conflito no Oriente Médio evolui e o impacto no preço do petróleo e da gasolina.

Esta Semana

Segunda-feira (30 de outubro)

Relatórios trimestrais

• HSBC Holdings plc

• McDonald's Corporation

• Public Storage

• Simon Property Group, Inc.

• Pinterest, Inc.

• Loews Corporation

Relatórios econômicos

• Relatório do Índice de Manufatura do Fed de Dallas.

Terça-feira (31 de outubro)

Relatórios trimestrais

• Pfizer, Inc.

• Advanced Micro Devices, Inc.

• Amgen, Inc.

• Caterpillar, Inc.

• Anheuser-Busch Inbev SA

• UBS AG

• Marathon Petroleum Corporation

• Stellantis N.V.

Relatórios econômicos

• Relatório de Mudança Anual do Red Book

• Relatório do Índice de Preços da Habitação.

• Relatório de variação mensal do índice de preços de imóveis residenciais.

• Relatório de variação anual do índice de preços de imóveis residenciais.

• Relatório de variação mensal do índice de preços de imóveis residenciais S&P/Case-Shiller.

• Relatório de variação anual do índice de preços de imóveis residenciais S&P/Case-Shiller.

Quarta-feira (01 de novembro)

Relatórios trimestrais

• QUALCOMM Incorporated

• Mondelez International, Inc.

• CVS Health Corporation

• Airbnb, Inc.

• PayPal Holdings, Inc.

• Estee Lauder Companies, Inc.

• MercadoLibre, Inc.

Relatórios econômicos

• Relatório do Índice de Gerentes de Compras do Setor de Manufatura, ISM

• Relatório de vagas de emprego (JOLTS Openings)

• Nova decisão de política monetária, FED

• Discurso sobre a nova política monetária do FED

Quinta-feira (02 de novembro)

Relatórios trimestrais

• Apple Inc.

• Shell PLC

• Novo Nordisk A/S

• ConocoPhillips

• Starbucks Corporation

Relatórios econômicos

• Relatório de pedidos iniciais de auxílio-desemprego

Sexta-feira (03 de novembro)

Relatórios trimestrais

• Berkshire Hathaway Inc

• Enbridge Inc

• Sempra

• Dominion Energy, Inc.

• Gartner, Inc.

Relatórios econômicos

• Relatório de folhas de pagamento não agrícolas.

• Relatório da taxa de desemprego.

• Relatório do Índice de Gerentes de Compras do Setor de Serviços ISM.

Agora você tem mais informações sobre seus investimentos. Até a próxima semana com mais notícias.

*Este é um exemplo ilustrativo e não representa uma recomendação de investimento.