Correlação: saiba o que é e como o conceito funciona no mercado financeiro

Você sabe o que é correlação no mundo das finanças? Se a resposta for 'não', acompanhe o artigo para entender este conceito e como ele funciona.
Correlation and Stock Graph

Neste artigo:

- O que é correlação;

- Correlação positiva, negativa e zerada.


Você já ouviu falar no termo "correlação" no mercado financeiro? Este é um conceito importante que pode ajudar o investidor a entender como o ativo em análise se move de acordo com outro ativo ou indicador. Normalmente, utiliza-se o S&P 500 como referência de comparação.

Mas, para que serve esta correlação? E o que tem o S&P 500 a ver com isso? Continue no artigo para entender o conceito da correlação no mercado financeiro.

O que é correlação

A correlação é uma forma de se analisar os movimentos de dois ativos diferentes ou um ativo e um índice. Trata-se de um cálculo estatístico que mede o grau em que dois títulos se movem em relação um ao outro. Normalmente, a comparação é feita usando o S&P 500 como base.

O S&P 500, vale lembrar, é um dos principais – senão o principal não só da bolsa norte-americana, mas do planeta – indicador do mercado financeiro dos Estados Unidos. Trata-se de um índice que reúne as 500 maiores empresas listadas na NYSE (New York Stock Exchange, a bolsa de valores de Nova York) e da Nasdaq. Ou seja: o S&P 500 funciona como uma espécie de termômetro da economia americana e mundial.

Na correlação, um dos "lados" costuma ser o S&P 500. O outro, é o ativo que será comparado. Para isso, existem cálculos complexos que geram resultados que variam de +1 a -1. Quanto maior a correlação, mais próximo do +1; quanto menor, mais próximo do -1.

Mas para que serve a correlação? Este conceito é aplicável, principalmente, para entender movimentações de mercado, sobretudo utilizando-se correlações históricas para prever crescimento ou queda dos ativos. A correlação também é importante para a diversificação de portfólio.

Correlação positiva x correlação negativa 

A correlação tem algumas interpretações a depender do resultado do cálculo. Os resultados variam entre +1 e -1.

Quando o resultado é +1, o fenômeno é chamado de correlação positiva perfeita – o que significa que o ativo analisado e o S&P 500 se movem de maneira exatamente igual. Não há, aqui, necessariamente cenário de alta. Se o índice de referência e o ativo analisado caírem na mesma proporção, por exemplo, ainda assim existirá a correlação positiva perfeita. O mesmo vale em casos de alta.

A correlação negativa perfeita, isto é, quando o resultado é -1, representa que o S&P 500 e o ativo se movem de forma completamente oposta. A correlação negativa indica variáveis que andam em direções completamente diferentes. Ou seja: se um sobe, o outro cai. Por essa razão, a correlação negativa também é chamada de correlação inversa.

E quando o resultado é zero, acontece a chamada correlação zerada. Significa que, simplesmente, não há relação entre o S&P 500 e o ativo analisado.

Como a correlação funciona na prática?

A correlação pode ser demonstrada na prática. Não vamos entrar aqui na complexidade dos cálculos, mas vamos nos ater à interpretação dos resultados. Vamos usar, no nosso exemplo, a Apple ($AAPL) e o S&P 500 (INX).

Entre janeiro de 2010 e setembro de 2022, o coeficiente de correlação entre Apple e S&P 500 foi de 0,63 – o que faz com que esteja mais próximo do +1 ou que do próprio zero ou do -1.

É possível, então, entender que a Apple teve 63% de semelhança nos resultados, no período avaliado, com o S&P 500. Vale lembrar que a empresa de tecnologia que tem o iPhone como o produto mais conhecido é uma das companhias que compõem o índice.