Um mercado forte... com uma economia mais fraca?

Mesmo com o mercado em alta, a economia real dá sinais de desaceleração. Analisamos os principais dados de emprego, inflação e juros para entender o cenário e o que pode vir pela frente.
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Junho começou com uma economia em duas velocidades. De um lado, o mercado de trabalho dos EUA mostrou mais força do que o esperado. Do outro, a atividade econômica deu novos sinais de esfriamento. O que está sustentando o mercado se a economia real está perdendo fôlego?

Vamos entender o que está acontecendo:

Mais empregos, mas com dúvidas

O último relatório de empregos surpreendeu: em maio foram criados 272 mil postos de trabalho, bem acima dos 185 mil esperados. No entanto, nem tudo foi positivo:

  • A taxa de desemprego subiu para 4,0%, o nível mais alto desde janeiro de 2022.

  • Os salários cresceram 4,1% em relação ao ano anterior, o que pode dificultar a queda da inflação.

  • Os setores que mais contrataram foram saúde, governo e hotelaria. Já áreas como manufatura e construção tiveram pouca ou nenhuma contratação. Resumo: há emprego, mas a força está concentrada em poucos setores.

O Fed pode continuar esperando

Esses dados não facilitam a vida do Federal Reserve. Embora a inflação tenha caído, ainda está acima da meta de 2%, e agora os salários exercem uma pressão adicional. Por isso, analistas acreditam que o Fed manterá a taxa atual (5,25%-5,50%) por mais tempo, ao menos até surgirem sinais mais claros de desaceleração inflacionária. A reunião desta semana será fundamental para entender quantos cortes de juros ainda podem ocorrer neste ano.

O mercado sobe… por quê?

Apesar de tudo, os principais índices de ações fecharam em alta:

  • S&P 500: +1,3%

  • Nasdaq: +2,4%

  • Dow Jones: +0,3%

O impulso veio principalmente das grandes empresas de tecnologia, com Apple e Nvidia puxando o crescimento. É um padrão que se repete: a economia real esfria, mas o mercado encontra apoio em empresas que seguem apresentando lucros sólidos e investindo em inteligência artificial.

O petróleo volta a se mover

Após semanas de estabilidade, os preços do petróleo subiram:

  • Brent: +3,1%, encerrando perto dos $82

  • WTI: +3,3%, chegando aos $78

Essa alta foi impulsionada pela expectativa de maior demanda no verão e por uma oferta mais restrita da OPEP. Para os investidores, é um sinal importante: se o petróleo subir demais, pode dificultar a queda da inflação.

E agora?

Nesta semana será divulgado um dado crucial: o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de maio. Será uma das últimas informações analisadas pelo Fed antes da decisão de quarta-feira. Se a inflação continuar caindo, os mercados podem ganhar confiança. Mas se houver surpresa negativa, a volatilidade pode aumentar — tudo isso enquanto a economia real continua avançando… só que mais devagar.


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Fontes: Financial Times, Reuters, Economic times