Visão geral

Os mercados dos Estados Unidos mostraram resiliência nos últimos dias, apesar do ruído político em Washington e dos sinais de desaceleração econômica. 

• O S&P 500 e o Dow Jones encerraram a semana próximos de níveis recordes, impulsionados pelo otimismo em torno de possíveis cortes de juros por parte do Federal Reserve. 

• O Nasdaq, por outro lado, teve um desempenho mais moderado, com investidores realizando lucros após várias semanas de fortes altas no setor de tecnologia.

O sentimento geral permaneceu positivo, com a queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro e a expectativa renovada de que o Fed possa começar a reduzir as taxas ainda neste ano, beneficiando setores sensíveis aos juros, como imóveis, consumo discricionário e utilities.

Principais fatores da semana

1. O protagonismo da tecnologia continua As ações ligadas à inteligência artificial e aos semicondutores voltaram a liderar o mercado. A AMD disparou após anunciar um novo acordo de fornecimento de chips com a OpenAI, reacendendo o entusiasmo em torno do ecossistema de IA. 

Nvidia, Microsoft e outras gigantes de tecnologia também se mantiveram firmes, enquanto as empresas de média capitalização apresentaram ganhos mais modestos.

2. Riscos políticos permanecem A falta de consenso sobre o orçamento federal manteve viva a possibilidade de um fechamento prolongado do governo. 

Embora os investidores já tenham precificado parte desse risco, o adiamento na divulgação de dados oficiais —como os de emprego e inflação— pode aumentar a incerteza nas próximas semanas. 

Analistas alertam que um fechamento prolongado pode afetar a confiança do consumidor e o ritmo econômico no quarto trimestre.

3. Títulos do Tesouro e expectativas de juros Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos recuaram levemente, refletindo sinais de arrefecimento da economia. Esse movimento favoreceu os setores mais dependentes do custo do dinheiro e reforçou a narrativa de um possível corte de juros ainda neste ano.

4. Commodities e ativos de refúgio O ouro permaneceu em níveis historicamente altos, impulsionado pela busca por segurança diante da instabilidade política e das incertezas globais. 

Já o petróleo apresentou volatilidade: os preços subiram no meio da semana devido à menor oferta nos Estados Unidos, mas recuaram na sexta-feira diante de temores de desaceleração global e ajustes na produção da OPEP.

5. Dados econômicos mais fracos Os números do mercado de trabalho voltaram a decepcionar, com contratações mais lentas, revisões negativas nos meses anteriores e aumento nos pedidos de seguro-desemprego. Esses dados reforçaram as expectativas de uma postura mais flexível do Fed.

Perspectivas

Nos próximos dias, os investidores estarão atentos a três frentes principais:

• O índice de preços de gastos de consumo pessoal (PCE), essencial para prever os próximos passos do Fed.

• Os resultados corporativos dos setores de tecnologia, saúde e consumo, que podem confirmar se a tendência de alta permanece sólida.

• A situação política em Washington, com potencial de aumentar a volatilidade se o fechamento do governo persistir.

Conclusão

O mercado americano continua equilibrando duas forças: o impulso da inovação tecnológica e a cautela diante da incerteza política e econômica. Embora o tom geral permaneça otimista, a confiança ainda é frágil e pode mudar rapidamente diante de novos dados ou eventos políticos.

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Fontes: Bloomberg, Reuters Energy, CNBC Markets, ISM Manufacturing Report