Entre IA, taxas e petróleo: o mercado busca sua bússola

Enquanto a Nvidia continua quebrando recordes e sustentando o ânimo do mercado, a política monetária dos EUA e os movimentos estratégicos no comércio e na energia desenham um cenário de cautela global. Os investidores permanecem atentos, mas ainda sem uma direção clara.
Nvidia não desacelera e eleva o patamar da IA
A Nvidia surpreendeu novamente o mercado ao reportar receita anual de US$ 130,5 bilhões, o dobro do ano anterior. O motor desse crescimento foi sua unidade de data centers, que no último trimestre gerou mais de US$ 35 bilhões. A demanda por chips para inteligência artificial não dá sinais de desaceleração, o que fez da Nvidia não só uma empresa-chave do Nasdaq, mas também um termômetro do entusiasmo para todo o setor tecnológico. Seu desempenho foi tão forte que o índice Nasdaq conseguiu moderar as perdas semanais em grande parte graças a ela.
O Fed observa à distância, mas permanece alerta
O presidente do Fed de Nova York, John Williams, reafirmou que não há pressa para ajustar as taxas de juros. Ele afirmou que a política atual está em “bom lugar” e que os próximos passos dependem exclusivamente dos dados. Embora os mercados esperassem sinais mais claros de cortes de juros no segundo semestre, Williams optou pela cautela. Isso reforça uma postura mais “paciente” do que o esperado, em um momento em que os números da inflação ainda não convencem totalmente.
Acordo parcial com a China: alívio ou distração
EUA e China concordaram em reduzir tarifas por 90 dias: Washington reduzirá para 30% em produtos-chave, enquanto Pequim reduzirá para 10%. No entanto, o secretário do Tesouro deixou claro que isso não é um acordo definitivo, mas uma tática temporária. De fato, alertou que tarifas máximas podem ser impostas a países que não negociarem “de boa fé”. Analistas veem essa medida mais como um movimento político do que uma solução estrutural. As cadeias de suprimentos respiram, mas a volatilidade comercial permanece latente.
OPEP muda o tom: mais produção em junho
Após meses de cortes, a OPEP anunciou que oito países membros (incluindo Arábia Saudita e Rússia) aumentarão a produção em mais de 400 mil barris por dia a partir de junho. Essa decisão vem em um contexto onde os preços do petróleo não conseguem decolar e a demanda global começa a mostrar sinais de fraqueza. Embora o movimento busque mostrar “confiança”, a percepção geral é que a OPEP se vê obrigada a agir para não perder participação de mercado para produtores independentes.
Fechamento do mercado
Os principais índices terminaram a semana com quedas moderadas, apesar do impulso tecnológico:
S&P 500 (SPY): -0,65%, fechando em US$ 590,33
Dow Jones (DIA): -0,18%, fechando em US$ 425,79
Nasdaq (QQQ): -0,89%, fechando em US$ 516,85
A Nvidia ajudou a conter as perdas no Nasdaq, mas o restante do mercado se mostrou mais pessimista, especialmente pela falta de sinais claros do Fed.
O que vem por aí
Esta semana serão divulgados dados importantes: inflação, vendas no varejo e produção industrial nos EUA. Qualquer desvio nessas métricas pode redefinir as apostas sobre as taxas, afetar a confiança do consumidor e gerar reações imediatas no mercado.
O mercado precisa de uma bússola, mas ainda não há uma direção clara.
Fontes: Nvidia, Reuters, Financial Times, Enerdata
As opiniões expressas no comentário anterior são válidas na data de publicação e estão sujeitas a alterações. As informações foram obtidas de fontes de terceiros que consideramos confiáveis, mas não garantimos que os dados citados sejam precisos ou completos. Este material não deve ser considerado como uma previsão ou aconselhamento de investimento em relação a um investimento específico ou aos mercados em geral, nem pretende prever ou refletir o desempenho de qualquer investimento. Podemos realizar transações em valores mobiliários que podem não ser consistentes com as conclusões deste relatório. Os investidores devem consultar seu assessor financeiro para definir a melhor estratégia para o seu caso. O desempenho passado não garante resultados futuros.
Para fins ilustrativos. Não representa uma recomendação de investimento. Serviço de distribuição de valores mobiliários intermediado pela Oslo Capital DTVM S.A. Para obter mais informações, consulte nossa Divulgação de mídia social.