Inflação em queda, consumo em espera: para onde vai a economia?

A segunda semana de junho trouxe sinais mistos para os mercados. A inflação continua recuando, mas outros indicadores apontam para uma economia mais cautelosa:
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A segunda semana de junho deixou uma sensação ambígua nos mercados. De um lado, a inflação continua recuando e os investidores seguem otimistas, especialmente com as grandes empresas de tecnologia. Do outro, o consumo mostra sinais de desaceleração, a manufatura continua em terreno negativo e o Federal Reserve parece estar em pausa.

O mercado está se antecipando a uma recuperação que ainda não chegou? Vamos ver o que está movimentando Wall Street.

Inflação em queda, mas o consumo também

O dado mais aguardado da semana foi o índice de preços ao consumidor (CPI) de maio, que subiu apenas 0,1% no mês, com variação anual de 3,3%. Ainda está acima da meta de 2% do Fed, mas foi bem recebido, pois mostra melhora em relação aos meses anteriores.

Porém, outros indicadores tornam o cenário mais incerto:

  • As vendas no varejo cresceram apenas 0,1% em maio, abaixo dos 0,2% esperados.

  • O gasto do consumidor, motor da economia dos EUA, está perdendo força.

  • A taxa de poupança subiu para 4,9%, sinal de que as famílias estão mais cautelosas.

Ou seja: a inflação recua, mas em parte porque as pessoas estão gastando menos.

Manufatura ainda em contração

O setor manufatureiro também deu sinais de alerta. O índice ISM de manufatura ficou em 48,5, marcando o terceiro mês seguido em contração (valores abaixo de 50 indicam desaceleração). As empresas relatam menos pedidos e planos de produção mais conservadores.

Esse enfraquecimento pode estar ligado à queda no consumo, ao crédito mais caro e a tensões comerciais.

O Fed observa e espera

Na reunião de 12 de junho, o Federal Reserve decidiu manter os juros inalterados, no intervalo de 5,25%-5,50%, como já era esperado. O tom do comunicado foi o mais importante: o Fed reconheceu avanços na inflação, mas deixou claro que precisa de mais dados antes de decidir sobre eventuais cortes de juros.

Alguns membros do comitê disseram que mesmo que a inflação demore a cair, os cortes podem vir se a economia mostrar sinais de fraqueza. Por enquanto, a estratégia é de cautela.

Petróleo volta a ganhar destaque

Os preços do petróleo subiram na semana, impulsionados pela demanda sazonal e por tensões geopolíticas:

  • Brent: +3,1%, fechando perto de US$82

  • WTI: +3,3%, chegando a US$78

Apesar de uma leve queda na sexta-feira com a redução das tensões, a volatilidade no mercado de energia segue como um fator que pode influenciar as expectativas de inflação.

Wall Street: semana volátil, sem direção clara

Os mercados começaram a semana com entusiasmo após o dado de inflação, mas fecharam com leves quedas devido ao tom cauteloso do Fed e à fraqueza do consumo:

  • S&P 500: −0,4%

  • Nasdaq: −0,6%

  • Dow Jones: −1,3%

Empresas como Apple e Nvidia puxaram os ganhos no início da semana, mas setores como consumo discricionário e indústria encerraram em baixa.

O que acompanhar nos próximos dias?

Esta semana saem novos dados sobre o mercado de trabalho e o índice de preços ao produtor (PPI), que podem trazer mais pistas sobre a inflação. Também são esperadas falas de membros do Fed, que podem mudar as expectativas do mercado sobre cortes de juros no segundo semestre.

Em resumo

O mercado segue otimista, mesmo com a economia real andando mais devagar. A queda da inflação ajuda, mas o consumo mais fraco e a indústria em retração geram dúvidas. Por enquanto, o Fed segue cauteloso—e os investidores, entre a paciência e a esperança.


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Fontes: Bloomberg, Reuters Energy, CNBC Markets, ISM Manufacturing Report