Aluguel de ações: saiba como funciona o "empréstimo de ações" na bolsa de valores

Alugar ações é uma operação possível e que pode gerar lucro no mercado. Saiba mais sobre esta prática
Wall Street

Neste artigo:

- Como funciona o aluguel de ações;

- Vantagens e desvantagens do aluguel de ações.


O investidor iniciante no mercado de ações já sabe que é possível comprar e vender ativos como ações, ETFs e REITs. Mas o que talvez seja novidade para o recém-chegado no mundo da renda variável é que é possível alugar ações. E o melhor: ganhar um dinheiro extra, além dos proventos, por isso.

Trata-se de uma prática que se destina a dois tipos de investidores: para quem pensa em longo prazo costuma considerar a ideia de "emprestar" seus ativos para receber uma quantia em troca. Essa operação é chamada de empréstimo de ações. Já quem foca em ganhos imediatos costuma alugar ações de terceiros, a operação é chamada de aluguel de ações, para estruturar operações um pouco mais complexas – e arriscadas.

Saiba mais sobre o aluguel de ações, como funciona, vantagens e desvantagens da prática.

Como funciona o aluguel de ações

O aluguel de ações funciona como uma transação entre duas partes. Uma delas é o doador, que empresta ações para outro investidor, chamado de tomador. A operação ocorre por um prazo determinado e com uma taxa acertada entre as partes. Imagine que você seja dono de dois apartamentos. Um deles é sua moradia. E o outro? Normalmente, o imóvel é colocado para venda ou locação. No caso da venda, a quantia é paga é o apartamento deixa de ser sua propriedade. No aluguel, o proprietário segue como dono do imóvel e uma quantia é paga pelo inquilino em troca.

O aluguel de ações funciona de forma bem semelhante. Normalmente, há um valor determinado ao doador – quem empresta os ativos para aluguel – que ele receberá ao fim do período combinado. O "inquilino" é chamado de tomador e, normalmente, aluga ativos de terceiros para praticar a chamada venda a descoberto. Basicamente, a venda a descoberto funciona vendendo os ativos e esperando uma queda no preço para recomprá-los a preço mais baixo tendo, dessa forma, lucro com a operação.

Cada corretora estrutura a locação de ativos de uma determinada forma. Nas ações listadas nas bolsas de valores dos Estados Unidos, geralmente só são elegíveis para empréstimo os ativos que não são fracionados. Ou seja: o investidor precisa ser dono de, pelo menos, uma ação "inteira". O mesmo vale para ETFs e REITs.

Geralmente, não há muita complexidade. Basta habilitar o empréstimo do portfólio que a corretora se encarrega de encontrar interessados. Quando há "match", o negócio pode ser fechado.

Além disso, o prazo do empréstimo geralmente varia para cada corretora. Há empresas que proíbem os proprietários de negociarem os ativos alugados durante o período acordo entre doador e tomador. Outras, autorizam a negociação por parte do proprietário normalmente, como o ativo em questão não tivesse sido alugado, bem como cancelar o aluguel a qualquer momento.

Em todos os casos, no entanto, há taxas e riscos envolvidos.

Vantagens e desvantagens do aluguel de ações

Via de regra, o perfil de doador e tomador é bem diferente. O proprietário que faz a operação de empréstimo de ações, geralmente é um investidor que foca em ganhos no longo prazo. Já o tomador mira em lucros rápidos e operações que não priorizam buy and hold. Isso, por si só, já dá uma ideia das vantagens e desvantagens da operação.

A grande vantagem do aluguel de ações está no fato de permitir ao proprietário uma renda extra, além dos proventos e eventual valorização dos ativos, pelo empréstimo dos ativos a terceiros. Tal como um aluguel de imóvel – que o espaço tende a se valorizar com o tempo –, há uma remuneração por um terceiro utilizar o bem.

Para quem aluga, a possibilidade é de lucrar com operações, vendendo os ativos e esperando uma queda no preço para recomprá-los a preço mais baixo. A desvantagem é o risco envolvido, afinal, caso o plano fracasse, será preciso pagar pelo aluguel das ações da mesma forma. Além disso, é necessário apresentar garantias à corretora para que se comprove que há condições de arcar com os custos.