Juros nos EUA têm maior alta em 22 anos; saiba o que muda

Federal Reserve aumentou taxa em meio ponto para tentar combater a maior inflação em 40 anos
alta juros

A gente sinalizou para você que vinha mais aumento por aí – e veio. O banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), subiu mais uma vez a taxa básica de juros do país. Dessa vez, o aumento foi maior do que em março: meio ponto percentual. É a maior alta dos últimos 22 anos.

Com isso, a taxa de juros nos EUA agora oscila entre 0,75% e 1% ao ano – por lá, funciona assim, em intervalos. A votação foi unânime e o resultado veio de acordo com a expectativa do mercado financeiro.

A alta nos EUA aconteceu no mesmo dia em que o Banco Central do Brasil subiu a taxa básica de juros, a Selic, em um ponto percentual – para 12,75% ao ano. É o que o mercado financeiro chama de “superquarta”: quando coincidem as reuniões dos bancos centrais aqui e lá fora, nos Estados Unidos. 

Por que o Fed subiu os juros?

No comunicado, o Fed afirmou que está atento aos riscos de inflação. Em 12 meses, a inflação nos Estados Unidos acumula alta de 8,5%, o maior patamar em 40 anos. Para você ter noção, a meta é de 2%.

Gráfico: Statista

Entre os motivos da disparada de preços está o desequilíbrio entre oferta e demanda relacionado à pandemia de Covid-19.

Há ainda fatores externos que pressionam os preços: a guerra entre Rússia e Ucrânia e novos lockdowns na China por causa de uma nova onda de contaminações pelo coronavirus, o que mexe com a cadeia global de produção.

O que acontece quando sobem os juros nos EUA?

Um aumento na taxa de juros nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, mexe com todo o planeta.

Os títulos de renda fixa do governo americano, os Treasury Bonds, ficam mais atraentes. Eles são como os títulos do Tesouro Direto por aqui, mas são considerados os mais seguros do mundo.

Quando os juros sobem, eles rendem mais, atraindo investidores mundo afora. Isso acaba sendo uma má notícia para as economias emergentes, como a brasileira.

Isso porque a tendência é de que os investidores migrem para lá o capital investido aqui, para ativos considerados mais seguros.

O que vem por aí?

O Fed afirmou que não descarta novos aumentos nos juros – mas sem detalhar a dose do aumento nas próximas reuniões.