Existem milhares de criptomoedas no mercado. Mas, não tem jeito: quando a gente ouve falar em criptomoeda, já pensa de cara em Bitcoin. Não à toa: é a criptomoeda mais famosa, criada há 13 anos.
ETFs são fundos que replicam o comportamento de um índice de mercado.
Neste artigo, você vai saber mais sobre o primeiro ETF de Bitcoin dos Estados Unidos: o BITO. É um ETF que investe em bitcoin? Não exatamente. A gente explica.
ETF ProShares Bitcoin Strategy ($BITO)
Esse ETF da gestora ProShares foi lançado na bolsa de Nova York, a Nyse, em outubro do ano passado.
Mesmo em pouco tempo, já se aproxima da marca de US$ 1 bilhão sob gestão – está em US$ 980,8 milhões.
A taxa de administração é de 0,95% ao ano. No acumulado de 2022, o BITO tem queda de 38,6%.
Em novembro de 2021, o bitcoin custava mais que o dobro do patamar atual.
Entre os fatores que explicam a queda,estão a alta da taxa básica de juros nos Estados Unidos, o avanço da inflação global e a guerra na Ucrânia.
Contratos futuros de bitcoin
Uma vantagem desse ETF é a possibilidade de ter alguma exposição a bitcoins sem precisar ter uma uma conta em uma plataforma especializada ou uma carteira de criptomoedas.
Agora, atenção: a desvantagem é que você não investe no bitcoin em si. É isso mesmo: esse ETF não investe diretamente em bitcoins; mas, sim, em contratos futuros de bitcoin. Ou seja: ao comprar cotas desse ETF, o investidor adquire produtos derivados cujo preço é baseado em bitcoin, mas não exatamente. Por isso, podem variar em relação à criptomoeda.
Mas, não há nenhum ETF nos Estados Unidos que investe diretamente em bitcoin, no chamado mercado à vista (em inglês, spot)? No momento, não – diferentemente do Brasil, por exemplo, onde há ETFs com exposição direta a bitcoin.
Isso porque a SEC (instituição equivalente à Comissão de Valores Mobiliários aqui no Brasil) ainda não deu esse sinal verde por lá, alegando muita volatilidade e risco de manipulação do mercado. A SEC já rejeitou vários pedidos de criação de um ETF de bitcoin no mercado à vista – só em dezembro, foram dois.
A SEC deve liberar um ETF de bitcoin à vista?
Segundo especialistas, essa postura da SEC não deve se sustentar por muito mais tempo. Isso porque, neste ano, o presidente americano Joe Biden publicou uma ordem executiva para dar continuidade ao processo de regulamentação do mercado de criptomoedas em todo o país.
O setor de criptos também vem pressionando as autoridades. A Grayscale, uma das maiores gestoras de criptoativos do mundo, opera um ETP (Exchange Trade Products, ou trusts) de bitcoin com US$ 30 bilhões em ativos, chamado de GBTC – e está com uma campanha para que investidores se manifestem à SEC para converter o QTBC em ETF.

Uma pesquisa recente da Nasdaq com 500 consultores financeiros revelou que 72% dos entrevistados teriam uma probabilidade maior de investir os recursos dos seus clientes em criptoativos se houvesse ETFs de bitcoin à vista nos Estados Unidos.
A pesquisa mostra ainda que 86% dos que já investem em criptomoedas pretendem aumentar a exposição a esse tipo de ativo.
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